Mais que vista cansada: saiba como cuidar dos olhos depois dos 40 anos
Atendimento especializado, buscando a solução mais adequada para suas necessidades.
Confira agora a entrevista que a Dra. Marina Roizenblatt deu hoje para o uol sobre dicas de como cuidar de sua visão após os 40 anos:
Se você já tem mais de 40 já deve ter passado por isso. Ter que dar aquela afastada no celular ou livro para longe dos olhos para poder enxergar as letras. A chamada “síndrome do braço curto” chega para todos, é inevitável. Como comentei esta semana no meu perfil no Instagram (me siga lá também @silviaruizmanga), a famosa correntinha de pendurar os óculos no pescoço (que eu jurei que jamais usaria) virou minha melhor amiga agora aos 50. Mas a tal presbiopia (ou vista cansada) não é o único problema que nossos olhos podem enfrentar conforme envelhecemos.
Segundo a médica Marina Roizenblatt, oftalmologista especialista em retina, pós-doutorada pela Johns Hopkins University, nos EUA, é preciso redobrar a atenção com os olhos na maturidade, pois outros problemas e doenças podem surgir. Por isso, nada de esperar ter sintomas ou começar a enxergar mal para ir ao oftalmologista. “Muitas dessas doenças não dão sintomas no começo, por isso o checkup é tão importante. O problema tem que ser controlado cedo para não causar prejuízos irreversíveis na visão”, alerta a médica. E não basta fazer apenas aquele exame básico em que a gente tem que tentar enxergar as letrinhas. É importante dilatar a pupila e fazer o exame de fundo de olho anualmente.
“Ele permite que a gente veja os vasos sanguíneos. E o que vemos no olho indica também o que pode estar acontecendo com os vasos em outros pontos do corpo como no coração.” E mais: quem tem olhos claros precisam de cuidado redobrado, pois a incidência de luz é maior e pode causar mais danos ao longo dos anos de exposição. Alterações mais comuns que os olhos sofrem com o passar do tempo, segundo a especialista:
Presbiopia (a famosa vista cansada)
Começa em geral a partir dos 40 anos. Ocorre pela falha de um músculo chamado ciliar que fica dentro do olho, além do cristalino, uma espécie de lente, que perde a elasticidade à medida que envelhecemos. Isso acaba causando uma dificuldadade para o olho focar os objetos em diferentes distâncias. Por isso a gente acaba tendo que afastar livros, celulares e bulas de remédio (que sufoco!) para tentar enxergar.
Catarata
Todo mundo um dia vai desenvolver catarata se viver muito. A lente que temos dentro do olho, o chamado cristalino, é transparente quando a gente nasce. A medida em que os anos passam, ela sofre um processo oxidativo e vai perdendo essa transparência. A visão começa e ficar “borrada”. “A catarata relacionada à idade todas as pessoas vão ter um dia se viverem o suficiente para o problema se manifestar”, explica a médica.
Degeneração Macular
A degeneração macular relacionada à idade é uma condição frequente, a principal causa de baixa de visão em pessoas acima de 60 anos nos países desenvolvidos. É uma degeneração da mácula, que é uma das partes da retina. Para diagnosticar, é preciso fazer exame de fundo de olho (aquele que a gente dilata a pupila para ser realizado). Por isso o ideal é fazer o exame anualmente.
Glaucoma
As chances de desenvolver glaucoma aumentam a partir dos 40 anos. Trata-se do aumento da pressão do olho que causa lesão no nervo ótico, responsável pela nossa visão. É a principal causa de cegueira irreversível no mundo segundo a OMS.
Retinopatia diabética
Pessoas que convivem com diabetes a vida toda têm chances de desenvolver a condição na maturidade. Principalmente quem vive com a diabetes descontrolada tem mais chances de desenvolver lesões na retina e prejudicar a visão de maneira irreversível.
Olho seco
Quando a gente envelhece, a produção de lágrimas diminui em geral. Por incrível que pareça, olhos lacrimejantes podem ser sintoma de olho seco (o corpo reage com um lacrimejamento reflexo devido a secura).
Floaters (ou moscas volantes) e flashes
Sabe aquelas manchinhas que a gente vê que dão a sensação de que temos um inseto boiando dentro do olho? São os chamados “floaters”. O olho é preenchido por uma substância chamada vítreo e, à medida que a gente envelhece, ele deixa de ser gelatinoso e fica mais líquido. Ao ficar líquido, ele diminui de volume e “puxa” a retina em alguns locais.
Essa tração causa esse sintoma na visão que parece uma “mosquinha” dentro dos olhos. Algumas pessoas também podem ver flashes. Esse é um sinal de alarme que deve ser avaliado por um médico porque pode ser causado por ruptura na retina que pode evoluir para um problema grave de descolamento da mesma. Um tratamento com laser pode ser necessário para evitar que o quadro se agrave.
Flacidez da pálpebra
A pálpebra caidinha não é só uma questão estética que pode incomodar na maturidade. Essa flacidez pode impedir que as lágrimas fiquem dentro do olho e elas começam a escorrer, deixando os olhos lacrimejando. Além disso, se essa flacidez começar a atrapalhar a visão, uma cirurgia deve ser feita para corrigi-la.
O que fazer para cuidar dos seus olhos
- Exames anuais de rotina no oftalmologista para checar tanto a parte da frente dos olhos como o fundo (o chamado exame de fundo de olho). E, se sentir qualquer sintoma fora do comum, não deixe de procurar o especialista.
- Alimentação saudável (estudos mostram que uma dieta saudável e rica em vegetais também protege nossos olhos). Principalmente uma dieta antioxidante.
- Não fumar e beber com moderação
- Controlar o peso (obesidade é fator de risco para problemas de visão)
- Ter cuidado com a exposição solar (usar óculos escuros ao se expor ao sol)
- Controlar diabetes e pressão alta, que podem causar problemas de visão.